Análise crítica sobre o 1º episódio de Loki, a nova série da Marvel no Disney+.
Com a morte de Loki há 3 anos atrás, muitos se perguntaram se o Deus da Trapaça iria se livrar mais uma vez das mãos da morte. Acabou que, não, ele não se livrou. Mas, como é que poderiam desperdiçar um personagem de tanto potencial, sendo que apenas arranharam a superfície de seu protagonismo?
Bem, não fizeram isso. Em Ultimato, uma nova chance foi dada a Tom Hiddleston, para que pudesse receber a atenção que tanto merecia dentro do MCU. E como encaixar isso de forma coesa neste universo, sem entrar no clichê do “morreu, mas já vai voltar” das HQs? Esse era o “q” de toda a questão.
Com o seu 1º episódio lançado, o intitulado “Glorioso Propósito”, Loki chegou surpreendendo em vários pontos. Entretanto, há alguns outros que beiram ao negativismo. E é isso que iremos buscar entender hoje, nesta análise/crítica do ponta pé inicial desta nova empreitada da Fazer 4 do MCU.
Portanto, vem comigo e reflita sobre o que vimos neste episódio e sobre o que devemos esperar dos próximos 5 capítulos de Loki. Ah, e não se esqueça, essa é uma zona repleta de spoilers. Então, se ainda não assistiu, vai lá, vê o ep, e depois volta aqui para entendermos tudo melhor juntos. Okay? Vamos lá!
Loki, orgulhoso e necessário

Uma das principais coisas que essa série deveria fazer é abordar de forma mais profunda a psique, motivações e sentimentos do personagem. E graças aos deuses, estes primeiros 50 minutos desta jornada nos apresentaram isso de uma ótima forma. Todos adoramos o Loki redimido, mas o trapaceiro de 2011-2013 é muito mais aclamado.
Falando nisso, este episódio é um exemplo perfeito em como estabelecer uma premissa. Tanto para fanáticos como nós do Sanatório, quanto para possíveis assinantes leigos do Disney+. A exposição de alguns temas já vistos por diversas vezes – como a batalha de Nova York – é de enjoar, mas a dose disso não chega a passar dos limites do aceitável. Além disso, é só dessa vez (esperamos).

Agora, o que acabei de elogiar, sobre a exploração do Loki como um ser sensível tem os seus prós, mas também há contras. Uma coisa que eu adorei ver foi o agente Mobius jogar na cara do Deus da Mentira que ele é um assassino. Muitos fãs passam pano, por conta da evolução que vimos ao longo dos filmes. Mas não se esqueçam, em 2012, principalmente, dezenas ou centenas sofreram por sua causa.

E por quais motivos nos esquecemos disso? Simples, desenvolvimento e redenção. Os filmes deram isso para aquele Loki. Mas ele está morto. Este é outro Loki. Não aquele que tanto amamos. Literalmente, há algumas horas atrás, aquele personagem estava liderando uma armada contra uma cidade repleta de civis.
A maneira como mostraram as reais motivações, os problemas de confiança e decepções afetivas dele foram bem feitas e coesas. Mas, muito apressadas. Caso isso continue por mais tempo na temporada, tudo okay. Todavia, se isso foi um nitro/boost para a evolução de seu caráter, será uma grande decepção.
Os protetores do sagrado Fluxo Temporal e do Multiverso

Entrando no território de novidades, Loki trata de nos apresentar a Agência de Variação Temporal (AVT, ou TVA no original), os Guardiões do Tempo, a Linha do Tempo Sagrada e os Homens-Minuto. Todos estes elementos merecem aplausos pela forma como foram apresentados. De maneira simples, porém bem mastigada, o 1º episódio os estabelece dentro do MCU.
Em meio a isso, a série conseguiu sanar certas dúvidas acerca da inconsistência da recente trama. Por exemplo: “por que o Loki foi culpado ao invés dos Vingadores?”, ou “como a agência e os Variantes nunca chegaram a ser apresentados anteriormente?”. Eliminando estas pequenas pedras, o caminho ficou livre para que a narrativa fosse em frente sem riscos desnecessários.
Um outro detalhe sobre estes elementos, que favorem a produção, é a sua estranheza e particularidade estética. WandaVision chegou como um grande choque para aqueles mais acomodados aos padrões da Marvel nos cinemas, o que diferente do que muitos pensam, foi um grande ponto de acerto da Disney.

Aqui, Loki resgata visuais retros em uma abordagem sofisticada e futurística. Algo que se assemelha ao futuro idealizado por produções das antigas, como na franquia Alien. Porém, não levem o exemplo ao pé da letra, já que Loki traz uma vibe mais semelhante aos ambientes de trabalho burocráticos dos anos 60/70.
Ainda neste tópico, devemos aplaudir e brindar ao agente Mobius, que em apenas poucos minutos de cena, trouxe alguns dos melhores diálogos dos últimos anos na Marvel. E devo ressaltar a química eletrizante entre o personagem de Owen Wilson e Loki. Prevejo ótimas cenas entre a dupla daqui em diante.
Poster de divulgação focado em Mobius Loki e Mobius (montagem de cenas isoladas do seriado) Mobius se apresenta ao Loki
Por fim, eu odeio falar mal, mas as vezes é inevitável. Um dos maiores erros do episódio é a “fuga” de Loki. Mobius é o encarregado por ameaças tão grandes que ele mesmo se referência ao asgardiano de gelo como um mero animalzinho. Além de frisar várias vezes o quão inconfiável ele é. Mas, ainda assim, abaixa a guarda para o ajudar a levantar do chão [stupid].
Loki, a Variante que deve salvar o Multiverso

Para aqueles que são mais antenados em tudo que é tipo de migalhas sobre o futuro do MCU, como nós do Sanatório Geek, não restavam dúvidas sobre quem iria vilanizar o início desta história. A revelação de que a Variante assassina é ninguém menos do que o próprio Loki, foi uma clif hanger fenomenal para este 1º capítulo.

Sem sombra de dúvidas, teremos a presença da Lady Loki. Há muito potencial para ser explorado por meio desta personagem, e isso fomenta ainda mais as teorias de que teremos versões ainda mais bizarras do personagem na série. Possivelmente, até mesmo a sua versão como égua [por favor, precisamos deste absurdo].
Sophia Di Martino será Lady Loki Loki no Multiverse
Além disso, “Glorioso Propósito” acabou mexendo em uma ferida deixada desde WandaVision. E isso é nada mais e nada menos do que o Mephisto. Desde que os fãs criaram mil e uma teorias sobre a aparição deste icônico e poderoso antagonista, a internet tem criado memes e mais memes sobre as suas “prováveis” aparições. Só que, dessa vez, não houve erro. O diabão mandou um “oi”. Só não sabemos ainda se isso não se passou de um mero easter egg.

Falando em WandaVision, Loki é um marco importantíssimo para a apresentação do Multiverso do MCU. Algo que será o foco principal de boa parte das produções da Fase 4 e adiante, como em Spider-Man: No Way Home e Doutor Estranho no Multiverso da Loucura. Por isso, caso queria saber mais sobre os planos da Disney para o futuro da Marvel nos cinemas e na televisão, não deixe de conferir o nosso Guia Definitivo da Fase 4 do MCU.

Mas e aí, quais foram as suas primeiras impressões sobre Loki? E quais são as suas apostas para os próximos episódios? Não deixem de comentar e compartilhar com seus amigos, para que essa conversa possa trazer um brilho a mais para os nossos corações de Marvete.

Fiquem ligados por aqui no Sanatório Geek, pois ao final desta temporada, iremos retornar com mais uma análise completa de todos os episódios de Loki, retomando vários dos assuntos comentados por aqui